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Livros Recomendados

Conheça os livros recomendados pelos membros do IIE

Livros indicados pelo Economista Roberto Luis Troster

 1. La seducción de las palabras da Álex Grijelmo.

É um ensaio sobre  comunicação, explica como as palavras têm influência em nossa percepção da realidade. As palavras não comunicam apenas, também seduzem, convencem a, às vezes enganam.

Foi escrito na virada do século, na época pré Fake News, mas ajuda a detectar vieses na comunicação. O livro está recheado de exemplos políticos e econômicos. Um “crescimento negativo”, algo muito usado; se é negativo não é crescimento, mas é muito usado.

Também mostra o outro lado, as palavras podem nos inspirar, emocionar e conectar melhor com outros. Uma leitura deliciosa.


2. Endurance: A lendária expedição de Shackleton à Antártida de Caroline Alexander

Uma leitura imperdível. Conta a história de uma expedição à Antártida em 1914 e como seu fracasso, ficaram presos no gelo, virou um exemplo de resiliência e de gestão de crises.

Mesmo sabendo o final, todos sobrevivem, a narrativa é cativante e as lições de como reagir a um cenário incerto valem para a gestão de empresas e de países. Trata de como o trabalho em equipe, com boa liderança e coragem consegue fazer acontecer.

3. Lombard Street: A Description of the Money Market de Walter Bagehot

Muitas edições em inglês e espanhol, download grátis na internet

Um livro publicado em 1873 é surpreendentemente contemporâneo para entender a dinâmica da crise que o Brasil está acabando de atravessar. O título é nome de uma rua de Londres que era o centro econômico do planeta na segunda metade do século XIX e o epicentro das crises mundiais de 1857 e 1866, dois pânicos bancários que guardam paralelos com o de 2008.

O porquê da escolha do nome está em seu primeiro parágrafo e mostra o estilo do autor: “Decidi chamar este trabalho de “Lombard Street” ao invés de ‘O mercado monetário’, ou algo parecido, porque quero deixar claro que quero abordar realidades concretas.” Critica dessa forma a tendência de rebuscar as explicações de temas financeiros e usa linguagem comum combinando aspectos técnicos e humanos da atividade bancária.

Apesar da descrição coloquial, não é simplista. O autor conhecia bem o tema e era um intelectual gabaritado que debatia de igual para igual com os grandes economistas da época, e fez contribuições importantes, como a criação da letra financeira como instrumento de política monetária e as prescrições sobre a atuação do banco central que ainda fazem parte do instrumental básico da autoridade monetária.

Livros indicados pela Economista Profa. Dra. Maria Alejandra Madi 

1. AFFIRMATIVE ACTION AROUND THE WORLD: AN EMPIRICAL STUDY, THOMAS SOWEL (2004)

Muitas edições em inglês e espanhol, download grátis na internet

Um livro publicado em 1873 é surpreendentemente contemporâneo para entender a dinâmica da crise que o Brasil está acabando de atravessar. O título é nome de uma rua de Londres que era o centro econômico do planeta na segunda metade do século XIX e o epicentro das crises mundiais de 1857 e 1866, dois pânicos bancários que guardam paralelos com o de 2008.

O porquê da escolha do nome está em seu primeiro parágrafo e mostra o estilo do autor: “Decidi chamar este trabalho de “Lombard Street” ao invés de ‘O mercado monetário’, ou algo parecido, porque quero deixar claro que quero abordar realidades concretas.” Critica dessa forma a tendência de rebuscar as explicações de temas financeiros e usa linguagem comum combinando aspectos técnicos e humanos da atividade bancária.

Apesar da descrição coloquial, não é simplista. O autor conhecia bem o tema e era um intelectual gabaritado que debatia de igual para igual com os grandes economistas da época, e fez contribuições importantes, como a criação da letra financeira como instrumento de política monetária e as prescrições sobre a atuação do banco central que ainda fazem parte do instrumental básico da autoridade monetária.

2. THE DENATIONALISATION OF MONEY, FRIEDRICH HAYEK (1976)

Neste livro, Friedrich Hayek, um dos principais economistas da Escola Austríaca, propôs a abolição do monopólio estatal sobre a emissão de moeda e a introdução de moedas privadas concorrentes. Na defesa das moedas privadas, Hayek argumentou que o controle governamental sobre o dinheiro frequentemente leva a ciclos de inflação e deflação, prejudicando a estabilidade monetária. Hayek indicou que a estabilidade no valor das moedas privadas seria crucial para sua aceitação, pois esse atributo fomentaria um sistema monetário mais eficaz e resistente a interferências políticas. Suas ideias influenciaram os debates contemporâneos sobre o papel do dinheiro na sociedade e o surgimento das criptomoedas.

 

3. A POLÍTICA DA MUDANÇA CLIMÁTICA– ANTHONY GIDDENS (2010)

Neste livro, Anthony Giddens, um dos sociólogos britânicos mais influentes do século XX, aborda os desafios e paradoxos das mudanças climáticas no contexto político e social contemporâneo. O autor explora temas como segurança energética, mercados de carbono, governança global e inovação tecnológica, propondo soluções práticas e políticas verdes que conciliem desenvolvimento econômico e sustentabilidade. Giddens argumenta que a crise climática não é apenas uma questão ambiental, mas deve ser entendida como um problema político que exige responsabilidade coletiva, além de ações coordenadas e estratégicas para promover mudanças econômicas estruturais.

Livros indicados pelo Economista Cláudio Gonçalves dos Santos

1. O livro da economista Keyu Jin, publicado em maio de 2023 nos EUA com titulo The New China Playbook – beyond socialismo and capitalism, chegou no Brasil em 2024 pela edipro com o titulo A Nova China – para além do socialismo e do capitalismo.

A economista Keyu Jin apresenta o caminho traçado pela China a partir de 1978, como as reformas promovidas por Deng Xiaoping, abriram caminho para o crescimento e desenvolvimento econômico da China.

A China promoveu quadro (4) ondas de reformas, que Keyu Jin qualifica como a chave para o milagre econômico chinês, quais sejam: (1) reforma agrícola, “…saindo do sistema utópico de produção agrícola centralizada e distribuição igualitária, administrado pelas comunas populares…”. Mesmo que, “a maior parcela do povo chinês trabalhasse nos campos, a produção agrícola não conseguia pôr comida suficiente na mesa de todos.” Por meio de reformas na década de 1980, o governo permitiu que os agricultores pudessem lavrar lotes de terra e ter direito vender os produtos a preço de mercado e ficar com o lucro; (2) criação das zonas econômicas especiais (ZEEs), “…que reproduziam os efeitos de economias de mercado abertas e voltadas para a exportação”…; (3) corrigir uma falha do sistema socialista adotado pela China: “…a ausência de concorrência. O governo “sujeitou as empresas estatais a padrões mais elevados de desempenho e abriu os mercados para concorrentes privados, o governo deu a essas entidades subsidiadas uma dose saudável de disciplina de mercado”; (4) entrada da China na OMC – Organização Mundial do Comércio. “O governo liberalizou as exportações de forma agressiva, eliminando grandes barreiras ao comércio e cortando as tarifas pela metade. Dos 160 setores de serviços da China, 100 foram abertos para estrangeiros nos anos subsequentes”.

Keyu Jin se tornou uma economista de renome mundial. Nasceu na China, foi educada nos EUA e agora é professora titular na London School of Economics. Fluente nas culturas oriental e ocidental e uma voz da nova geração de chineses que representam uma ruptura radical com o passado. Jin está excepcionalmente preparada para explicar como a China se transformou na história econômica de maior sucesso do nosso tempo.

O livro de Keyu Jin entrou para a lista dos melhores livros de economia do jornal Financial Times de 2023.

Recomendo fortemente a leitura para aqueles que querem entender a China, livre da cortina ideológica comunista/socialista.

2.Crescimento – Um acerto de contas

De Daniel Susskind *

Growth: A Reckoning (2024), foi escolhido pelo presidente Obama como um de seus “Livros favoritos de 2024“. Foi vice-campeão na lista de Business Book do ano de 2024 do Jornal Financial Times.

 Em crescimento – um acerto de contas, Susskind aborda uma questão crucial debatida atualmente. Devemos continuar a busca pelo crescimento econômico? se sim, como moldá-lo? O crescimento, medido pelo PIB, recebeu prioridade política após a Segunda Guerra Mundial – parecia trazer consigo temas com os quais nos importamos: (i) padrões de vida mais altos, (ii) vida mais longa e (iii) empregos. Reuniu considerável apelo político. E acreditava-se que, embora o crescimento tivesse custos, estes não eram altos.

Susskind, no entanto, argumenta que a forma de crescimento que adotamos é “devastadora do clima, criadora de desigualdade social, ameaçadora do trabalho, destruidora da política e perturbadora da comunidade”. Uma lista e tanto! Mas uma que é facilmente ilustrada – incluindo os efeitos nocivos da globalização.

Como moldar o crescimento? Se o papel da Grã-Bretanha na Revolução Industrial foi estimulado em parte pelo alto custo da mão-de-obra — isso para ele foi “mudança tecnológica induzida”. Mas incentivos (por meio de subsídios) podem impulsionar “mudança tecnológica direcionada”. O exemplo da pandemia Covid-19, causou um salto no comportamento e na adoção da tecnologia em alguns setores, demonstrou o quão rápido podemos mudar.

Olhando para o que podemos fazer, Susskind define as principais compensações: equidade versus eficiência, ele argumenta que frequentemente estamos abaixo da fronteira para o ponto ideal nessa compensação. Sobre crescimento versus meio ambiente – ele aponta para o tremendo declínio nas estimativas do custo de redução ou remoção de emissões (defende criação de um imposto sobre emissão de carbono).

Este é um excelente livro, que desenvolve um argumento claro e o autor não tem medo de olhar grandes questões. Ele cita meus dois filósofos favoritos – Immanuel Kant e Derek Parfit. Deste último, ele tira seu otimismo revigorante: “A vida pode ser maravilhosa e também terrível, e cada vez mais teremos o poder de torná-la boa.”

 *Daniel Susskind, economista, professor e escritor. Pesquisa o impacto da tecnologia IA, no trabalho e na sociedade. Professor pesquisador de economia no King’s College em Londres, pesquisador sênior associado ao Institute for Ethics in AI na Universidade de Oxford, onde também é professor do Departamento de Economia. Ex-bolsista Kennedy na Universidade de Harvard. Ocupou vários cargos no governo britânico, incluindo na Unidade de Estratégia do Primeiro Ministro.

 

Livro indicado pela Economista Profa. Dra. Vera Martins da Silva

Empire of Guns, the violent making of the Industrial Revolution”, de Priya Satia, professor de História Britânica da Universidade de Stanford (California/EUA), foi publicado em 2018 pela Stanford University Press. Neste livro, a autora relata a extraordinária expansão de atividades metalúrgicas ligadas à produção de peças individuais e armas, organizada pelo governo inglês a partir do século XVII, no contexto das guerras internas na Grã-Bretanha, como também como fornecedores de suprimentos de guerra para as diversas guerras no continente europeu.

Longe de ser uma expansão da produção independente, havia um rígido sistema que regulava as licenças de produção e vendas de armas e componentes, baseado em um objetivo de impedir a localização dessa produção em apenas um local, de modo a se evitar que os componentes e as armas caíssem nas mãos dos inimigos do grupo no poder no momento. Foi estabelecido um sistema em que havia pequenas oficinas que passaram a se especializar em determinado componente e os mestres poderiam inclusive alugar partes de suas bancadas para outros usarem os locais caso houvesse necessidade, por exemplo, quando a demanda explodia. Com isso, foram criados distritos dessa produção em Birmingham e Londres, sempre com licença e supervisão governamental.

Fortunas foram feitas e o autor focaliza o caso de uma família de grande prestígio, uma família Quaker, um dos ramos do protestantismo britânico, principalmente de Samuel Galton, sua origem em um pequeno negócio, que teve um aumento exponencial devido às guerras europeias e da exportação para os nativos norte-americanos e para importadores da África. A demanda era infinita não só pelo uso como pelas perdas decorrentes do envio para regiões longínquas. Os lucros não só eram reinvestidos na própria produção, mas deram também origem a um forte sistema bancário inglês. Tudo isso bem antes da Revolução Industrial, geralmente associada à produção têxtil. 

O livro é em inglês, não havendo ainda tradução para o português, e tem 528 páginas. É exaustivo em detalhes sobre as pessoas e famílias ligadas à família Galton, casamentos dentro do mesmo grupo social que continuaram a produção de armas, os tipos de produtos e peças produzidos, o papel de algumas pessoas influentes do governo nesse mercado, assim como o papel das companhias de comércio na compra, distribuição e venda de peças e armas. Efetivamente, este não foi um caso de livre concorrência.

Livro indicado pela Economista Profa. Dra. Celina Martins Ramalho

Capitalismo sem Capital: a Ascensão da Economia Intangível

por Jonathan Haskel (Autor), Stian Westlake (Autor), João Costa (Tradutor)

Editora Alta Cult, Rio de Janeiro, 2024

A recomendação de leitura é um livro com tema inovador que explica a economia na era digital: Capitalismo sem Capital: a ascensão da economia intangível, dos autores Jonathan Haskel e Stian Westlake.

O livro explora a ascensão da nova economia baseada em ativos intangíveis como dados, softwares, marcas e propriedade intelectual, e como isso muda o funcionamento do capitalismo tradicional. É uma leitura essencial para entendermos como a economia está mudando na era digital. O livro explica como os ativos intangíveis superaram os bens físicos e passaram a dominar o capitalismo moderno na era da informação, dos processos digitais e da inteligência artificial. Segundo os autores, as empresas que investem nestes ativos intangíveis estarão consolidadas para agregar mais valor na sua produção e no seu valor no futuro.

Em termos práticos o livro mostra como empresas como a Google, a Amazon e a Microsoft cresceram apostando em ativos intangíveis. Explica por que a economia intangível gera mais inovação, mas também mais desigualdade e recomenda que os modelos tradicionais de investimento e políticas econômicas precisam considerar as novas tendências de crescimento da desigualdade econômica e a estagnação da produtividade.

O livro é indicado a profissionais e estudantes de economia, negócios e tecnologia, e a quem deseja compreender os desafios do capitalismo digital. A recomendação de leitura também segue para gestores, legisladores, empreendedores e investidores que querem entender a nova economia e se apropriar desta compreensão de cenário para a sua atuação.

Por fim, a leitura e compreensão visa a habilidade de fazer crescer seus negócios, seus investimentos e seu patromônio. Se você busca um livro que ajuda enxergar a economia com um olhar inovador com atenção ao futuro desta nova estrutura econômica na era digital, essa é uma excelente escolha.

 

Livros indicados pelo Economista Jin Whan Oh

1. “Why Nations Fail” é uma obra significativa e influente no campo da economia política, e sua análise sobre o papel das instituições no desenvolvimento econômico tem gerado um debate importante e valioso. Nessa obra, os economistas Daron Acemoglu e James A. Robinson buscam responder a uma questão fundamental: por que algumas nações são ricas e prósperas enquanto outras permanecem pobres e sofrem com instabilidade? Eles demonstram, através de inúmeros exemplos históricos e estudos de caso, que a prosperidade de uma nação depende fundamentalmente da natureza de suas instituições políticas e econômicas: instituições inclusivas, que promovem ampla participação, protegem direitos e incentivam a inovação, levam ao sucesso; enquanto as que concentram poder e riqueza em uma elite, resultam em pobreza e fracasso. Os autores refutam explicações baseadas em geografia ou cultura, enfatizando que as escolhas políticas que moldam essas instituições são o fator determinante para o desenvolvimento a longo prazo.

2. “Nudge” de Richard Thaler e Cass Sunstein revolucionou a forma como entendemos a tomada de decisões ao demonstrar que pequenas alterações na apresentação de escolhas (“nudges”) podem influenciar significativamente o comportamento das pessoas para melhores resultados em saúde, finanças e bem-estar, sem restringir sua liberdade. Ler “Nudge” pode ser uma experiência transformadora, pois oferece uma nova lente para analisar as decisões que tomamos diariamente e as forças sutis que as moldam. A clareza com que Thaler e Sunstein explicam conceitos complexos da economia comportamental, ilustrando-os com exemplos práticos e acessíveis, torna a leitura envolvente e educativa. A ideia de que podemos melhorar nossas vidas e a sociedade através de intervenções delicadas e bem pensadas, respeitando a autonomia individual, é inspiradora e oferece um caminho promissor para a criação de políticas e ambientes mais eficazes e centrados no ser humano. A leitura de “Nudge” pode despertar uma maior consciência sobre os próprios vieses cognitivos e sobre o poder da arquitetura da escolha, capacitando o leitor a tomar decisões mais informadas e a enxergar o mundo ao seu redor com um olhar mais crítico e perspicaz.